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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Bebendo na fonte de Lost


Que Lost foi um grande fenômeno das séries de TV todos já sabem. Pude acompanhar, no entanto, nos primeiros dias de férias, uma produção norte-americana que mostra claramente o legado deixado pelos perdidos para a indústria de séries dos Estados Unidos.

Refiro-me à The Walking Dead. A série, cuja única temporada teve apenas 6 episódios, bate recordes de audiência para sua estréia nos Estados Unidos e vem fazendo um sucesso mundial.

A trama apresenta um mundo apocalíptico onde zumbis dominam a Terra e os (poucos) sobreviventes tentam encontrar maneiras de superar os mortos-vivos e as próprias dificuldades originadas a partir de um convívio caótico.

Realmente tudo a ver com Lost né?! De início, realmente, nada a ver. Quando comecei a assistir o fiz pois sou fã de filmes de zumbi e ponto. Imaginei que a série não teria história suficiente para durar temporadas e mais temporadas.

Pois bem, me enganei, e agradeço por isso! A série é muito boa. Uma fotografia simplesmente sensacional e, principalmente, por mais que seja clichê afirmar: a série trata de pessoas e não de zumbis.

O caótico mundo é mostrado nas atitudes de pessoas que precisam sobreviver em um mundo sem governo, sem regras, sem religião e até mesmo com sua ética colocada em xeque.

Assistindo à série pude perceber as semelhanças com o estilo de narrativa de Lost. A série já começa com uma espécie de flashforward do personagem Rick Grames e flashbacks são usados posteriormente para explicar algumas situações.

Além disso, podemos observar outras semelhanças técnicas. O elenco traz muitos personagens apostando, é claro, na diversidade para atingir a maior audiência possível. É por isso que, tanto em Lost quando em The Walking Dead, há crianças, idosos, negros, asiáticos, hispânicos. O preconceito também é mostrado nas duas séries. Sem em Lost havia preconceito contra o árabe e o negro, em TWD aconteceu o mesmo com o personagem de Irone Singleton, T-Dog.

A floresta, tão explorada em Lost, traz momentos de alegria, tensão, suspense e sensualidade também na outra série. Como? Antes de chegar à Atlanta, os sobreviventes podem refugiar-se em uma antiga pedreira, cercada de mata por todos os cantos.

É fácil fazer comparações com os personagens. Guardadas as proporções, mas é possível associar Jack a Rick, Kate à Lori, como a mocinha com grandes defeitos, e Sawyer à Daryl, o caipira grosseiro.

É possível ainda fazer outras grandes análises sobre as duas séries, mas o mais importante é perceber que nenhuma das duas séries projetou o sucesso que teriam. Nem mesmo os produtores esperavam. No começo era apenas uma série sobre uma ilha e um mundo apocalíptico. Depois pudemos observar que as pessoas eram a peça chave de cada série.

Analisar The Walking Dead é mais complicado, afinal até agora só tivemos 6 episódios. A série, no entanto, mostra que tem potencial. Que siga, por que não, o caminho feito por Lost, que em seu último episódio apenas certificou a todos que a série era realmente sobre pessoas. Se ficar ligada à ciência, The Walking Dead pode perder parte do público que quer apenas observar o comportamento de todas aquelas pessoas em um mundo dominado por zumbis.

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